O Congresso aprovou a Medida Provisória (MP) 1304/25, que reformula as regras do setor elétrico, acolhendo o relatório do senador Eduardo Braga, da comissão mista. A aprovação na Câmara e no Senado foi por votação simbólica, em menos de um minuto em cada Casa.
A medida traz trechos da Medida Provisória 1300/25, que amplia a Taxa Social de Energia Elétrica para beneficiar cerca de 4,5 milhões de famílias de baixa renda com a gratuidade total da conta de luz.
O presidente da comissão que analisou a MP, deputado Fernando Coelho Filho (União-PE), disse que o texto deixa prazos suficientes para o setor de distribuição se preparar para as mudanças, “para fazer a abertura do mercado de forma responsável e dar ao consumidor brasileiro em até 24 meses a oportunidade de escolher de quem ele quer comprar energia elétrica”.
O dispositivo promove a abertura completa do mercado de energia elétrica para todos os consumidores brasileiros em até 36 meses. “É um momento histórico para o consumidor e para a economia, pois o mercado livre de energia vai se refletir em contas de eletricidade mais baratas e diversidade de produtos, que resultam em mais eficiência, tanto no setor elétrico como em toda a economia”, acredita Rodrigo Ferreira, presidente-executivo da associação dos comercializadores de energia (Abraceel).
Vários destaques foram rejeitados pela Câmara, mas um deles acabou sendo aprovado pelos deputados. Com isso, ficou de fora do texto a cobrança de R$ 20 por 100 quilowatts-hora (kWh) sobre novos projetos de geração distribuída de energia. Essa modalidade engloba pequenos sistemas, geralmente da fonte solar, instalados em telhados, fachadas e terrenos.
A cobrança havia sido instituída pelo relator para desacelerar o crescimento do mercado de geração distribuída no Brasil. O argumento era de que a proliferação de milhões de sistemas de geração não controláveis pelo Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) tem levado a riscos no suprimento de energia e apagões. Antes da aprovação do destaque, o deputado Lafayette de Andrada (Republicanos-MG) acusara a MP 1304 de inviabilizar a geração distribuída com a cobrança de R$ 20 por 100 kWh (quilowatt-hora)
Segundo Rodrigo Ferreira, todos os 92 milhões de consumidores brasileiros passarão a poder escolher a fonte de energia que consomem, tipo de produto mais adequado às suas necessidades e “principalmente ter alternativa para reduzir o valor da conta de eletricidade mais de 30 milhões de famílias de classe média, 6 milhões de pequenos comércios, 4 milhões de pequenos produtores rurais e 400 mil pequenas indústrias, que antes estavam sem alternativa”.
A Abraceel destaca as seguintes medidas aprovadas pelo Congresso Nacional: